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Inveja
Eu sinto inveja dos mortos
(Poeta Maldito)
Que não precisam sofrer
Muito menos esconder
A dor em sorrisos tortos
Já não há vida nos corpos
Não há lastimas na alma
E já não há dor na calma
No frio da sepultura
Sem amor nem amargura
E nem destinos na palma
Eu sinto inveja do louco
Suspiro de um moribundo
Que já se encontra no fundo
A existência é pouco
Para lembrar do rouco
Grito do seu sofrimento
Por um único momento
De alegria nessa vida
Para fechar a ferida
A morte, o agradecimento
Eu sinto inveja de quem
Não soube temer a morte
Ou por um golpe de sorte
Nunca sofreu por alguém
Quem nunca teve ninguém
Pra partir o coração
E nunca pediu perdão
Por um dia ter sofrido
Ou a esperança ter perdido
Como se perde a ilusão
Eu sinto inveja do tolo
Que ainda acredita em deus
E que assim como os seus
Quer a fatia do bolo
E não somente o miolo
Que já lhe foi prometido
Apesar de ter mentido
Sobre a sua salvação
Logica da criação
Do seu amor, que é fingido
Eu sinto inveja daquela
Triste morte do poeta
Dessa morte que contesta
Deus e sua capela
Que fecha a sua janela
E ri, da cara do amor
E prova que sua dor
Maior do que sua vida
Não pode ser escondida
Na cara de seu agressor